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Qual a ligação entre a Mata Atlântica, vegetação ciliar e seus riachos e córregos?



Os riachos costeiros da Mata Atlântica são sistemas lóticos que fazem parte de uma rede fluvial, possuindo dimensões reduzidas, vazão oscilante, vegetação ripária ao longo de sua extensão, águas transparentes, leito formado predominantemente por rochas de diferentes tamanhos, temperaturas variáveis, alta concentração de oxigênio dissolvido e fluxo contínuo da nascente à foz. Ainda que haja poucos remanescentes de Mata Atlântica no Brasil, a importância da floresta para os riachos se faz presente por meio da conexão entre estes dois ambientes.


A existência de diferentes comunidades aquáticas depende da preservação dos riachos e córregos da Mata Atlântica. Entretanto, esta ligação está intimamente relacionada com a floresta. Essa união entre os ecossistemas terrestre e aquático da Mata Atlântica, promovida a partir da vegetação ciliar (ou ripária, também chamada de zona de ecótono), fornece alimento para as diferentes comunidades aquáticas existentes.


Fonte: Embrapa, 2018.



A vegetação ciliar promove ainda diferenças na correnteza das águas, o que permite que determinadas espécies busquem ambientes mais brandos para se reproduzirem, alimentar ou mesmo buscar abrigo contra a predação, como é o caso de organismos zooplanctônicos e macroinvertebrados.






A vegetação ciliar também funciona como um filtro para os riachos, impedindo a ação erosiva das margens. A erosão facilita o depósito de sedimentos no leito e fundo do riacho, provocando o assoreamento do sistema e assim a perda de profundidade, aumento da turbidez aquática e aumento de pH. Estes aspectos são desfavoráveis ao metabolismo da biota aquática e favorecem a perda da qualidade hídrica. A vegetação ciliar ainda protege do depósito de lixo que poderá ser carregado pelas chuvas.


Fonte: @aguasualinda, 2018.




A floresta ainda funciona como uma barreia protetora da incidência direta de energia luminosa, e faz com que a temperatura das águas destes sistemas lóticos esteja fresca e ideal para as funções vitais dos organismos. Quanto mais preservado for o riacho, mais a vida aquática irá se desenvolver. Riachos e córregos preservados possuem uma grande quantidade de oxigênio dissolvido, fundamentais para a sobrevivência de diferentes organismos aquáticos.


Fonte: Miranda, 2017. (Arquivo pessoal)


Publicação: Viviane Miranda - Doutora em Ecologia e Evolução, Mestre em Engenharia Ambiental.


Contato: conversandocomaciencia@gmail.com




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