Zooplâncton, qual a sua importância para os ecossistemas aquáticos?

Hoje eu vou falar um pouco sobre um assunto muito importante: zooplâncton. Por definição, o zooplâncton constitui microrganismos de vida livre na coluna d’água, não fotossintéticos, com pouca ou nenhuma capacidade natatória em relação às massas d’água. Essas características podem passar a impressão de que o zooplâncton são animais comuns ou mesmo, sem importância, imóveis. Entretanto espero te convencer até o final do texto que esta impressão é completamente errônea.

Para começar, quem são estes organismos? Na água doce, há quatro grandes grupos zooplanctônicos: as tecamebas, os rotíferos, cladóceros e copépodes, sendo estes últimos microcrustáceos. Em ambientes marinhos, a combinação é outra: rotíferos e cladóceros são menos representativos, mas a diversidade taxonômica do zooplâncton é muito maior, incluindo microcrustáceos, entre estes os copépodos, poliquetas, gastrópodes etc.

Um exemplo muito conhecido é o papel que eles desempenham na cadeia alimentar: consomem as algas do fitoplâncton e, por sua vez, são consumidos por organismos maiores, como os peixes. Isto significa dizer, que são organismos responsáveis pela transferência de energia no meio aquático. Só que sua importância podem ser muito mais do que isso.

Todo organismo é influenciado pelas condições do ambiente, mas ao mesmo tempo, modifica o ambiente ao seu redor, nem que seja só um pouco. Pensemos nos rotíferos e microcrustáceos: eles também respiram, excretam, interagem com outros organismos. Ter estas funções vitais significam que eles já tem um papel em propriedades ecossistêmicas como o ciclo do carbono, ciclagem de nutrientes, produtividade, biomassa do sistema. Além disso, por serem organismos muito dinâmicos, ou seja, com altas taxar de perda (mortandade) e renovação (natalidade), respondem rapidamente as alterações físicas e químicas do ambiente. E o quanto eles contribuem para isso tudo? Eles organismos muito utilizados no biomonitoramento de ecossistemas aquáticos, para detecção de impactos causados pelo homem que favorecem a perda de fauna e flora e da potabilidade da água como eutrofização, despejo de efluentes industriais e domésticos etc, além de serem amplamente estudados pelos pesquisadores sob a perspectiva da Ecologia, Limnologia e Zoologia.

E aí, você ainda duvida que o zooplâncton vai dominar o mundo?